A Antropologia da Ciência e da Tecnologia pode ser considerada tanto como uma parte cada vez mais relevante dos Estudos Sociais de Ciência e Tecnologia (ESCT) quanto como uma sub-área em crescimento da própria Antropologia. Os ESCT atuais vêm fazendo uso extenso da metodologia etnográfica em seus estudos, o que vem popularizando também análises propriamente antropológicas sobre ciência e tecnologia.
As etnografias contemporâneas de temas ligados à ciência e à tecnologia representam uma diversidade crescente de interesses e preocupações, abrangendo temas como as práticas de publicação na ciência; problemas de gestão e culturas organizacionais em âmbitos científicos, práticas de comunicação e divulgação científicas; questões ligadas ao meio ambiente; pesquisas sobre conhecimentos da biomedicina; os estudos feministas de tecnologia; o estudo das culturas visuais na ciência; diálogos entre metodologias históricas e etnográficas para a análise de temas ligados à C&T; a aplicação e o desenvolvimento de políticas científicas em âmbito estatal e não-estatal; além de um número crescente de análises detalhadas do trabalho científico dentro e fora de laboratórios, dissecando as práticas de produção de conhecimento contemporâneas.
O grupo surge como desdobramento do projeto Jovem Pesquisador FAPESP do seu líder, Marko Monteiro, intitulado “Mapeando Imagens Digitais: Um estudo etnográfico de práticas de sensoriamento remoto” (2009-2013). Esse projeto está sendo desenvolvido no Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT), Instituto de Geociências (IG), UNICAMP. O projeto tem como objetivo central contribuir para o conhecimento sobre práticas de sensoriamento remoto no Brasil, além de buscar o fortalecimento da área de Antropologia da Ciência e da Tecnologia no DPCT, buscando interagir crescentemente com outros departamentos do Instituto de Geociências.
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